Os Sertões - Euclides da Cunha

      Euclides da Cunha foi repórter e testemunha de um dos fatos mais marcantes da nossa história: a Guerra de Canudos. Seu relato é uma descrição detalhada de acontecimentos sociais que fizeram com que o exército republicano atacasse o povoado.
      O autor divide o livro em três partes: a terra, o homem, o meio. Seguindo desse modo a classificação determinista de Taine que afirma ser o homem fruto do meio em que vive. Por isso ele inicia sua narrativa descrevendo minuciosamente o sertão, o clima e todas as dificuldades que cercam a figura do sertanejo.
      Antonio Conselheiro é a peça chave desse romance, após viver isolado durante anos, vagando pelo sertão, ele reaparece fazendo citações bíblicas e pregando a palavra de Deus. Logo, é aclamado messias por aquela gente pobre e esquecida que começa a segui-lo por toda a parte. Resolve afastar-se dos vilarejos devido alguns conflitos gerados pelos seus seguidores e no meio do sertão funda Canudos.
      Conselheiro se posiciona antirrepublicano o que chama a atenção das autoridades, são enviadas várias expedições com soldados da república para acabar com o vilarejo, mas não obtém sucesso. Indignados os republicanos fazem uma última investida que culmina com a “vitória”, que deixa muitos mortos de ambas as partes.
      A obra é um clássico de nossa literatura e por isso sua leitura é imprescindível, já que a obra leva o leitor a ter um conhecimento aprofundado sobre o contexto histórico do nosso país e as influências exercidas até hoje, não só no meio político mas também no social. Nelson Rodrigues já dizia: "Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi o Brasil vomitado. Qualquer obra de arte, para ter sentido precisa dessa engolfada hedionda".
 
Leila

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